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John Bass Dabney nasceu em 1767 na cidade de Boston, poucos anos antes da proclamação da independência dos Estados Unidos. Filho de uma família de negociantes, tinha 17 anos quando o pai faleceu.

Assim começa a história de uma família americana no Faial, cuja presença, ao longo do século XIX, assinalou de forma indelével a dinâmica das relações comerciais, económicas e sociais dos Açores e da ilha do Faial em particular, com ambos aos lados do Atlântico.

Como empresário de grande visão, Jonh Bass Dabney criou, na cidade da Horta, diversos armazéns que atraíram à ilha grandes navios que cruzavam o Atlântico Norte e que aí se abasteciam de mantimentos frescos e realizavam reparações das embarcações. Entre estes chegavam também os barcos da costa leste do Estados Unidos, que se dedicavam à caça da baleia e que encontravam aqui o local ideal para o repouso das suas tripulações.

A partir da baía da Horta eram exportados vinho, vindo da ilha do Pico, laranjas, limões, tangerinas e produtos derivados da caça à baleia desenvolvida pelos Dabney, sobretudo para os Estados Unidos, a Europa e Báltico, chegando ainda à Índia e a Macau.

Até à partida dos Dabney, em 1892, em consequência da destruição das vinhas e dos laranjais por doenças que afetaram essas culturas na segunda metade do sec. XIX, a família deixou o seu cunho não só nas vivências como na arquitetura da cidade da Horta, como se pode testemunhar através de algumas propriedades que perduraram até aos dias de hoje, como é exemplo a Fredonia, a Cedars House, a vivenda Bagatelle ou a casa junto à praia de Porto Pim.

Esta família, que viveu nesta ilha ao longo de três gerações, durante 86 anos foi responsável por uma época de prosperidade e de influência política como não se voltou a testemunhar.

Decidiu então partir para Alexandria, no estado da Virgínia e estabelecer um negócio de exportação de produtos americanos para a Europa e importação de vinhos franceses. Apesar dos tumultos da Revolução Francesa, decidiu partir para a França, em 1794, onde estabeleceu uma nova casa comercial.

As tensões políticas entre a Grã-Bretanha e a França e a confirmação do conflito que opôs as duas nações em 1803 levaram John Bass Dabney a reencaminhar a família para os Estados Unidos, encerrar os negócios e abandonar definitivamente Bordéus. Na viagem de regresso à sua terra natal, passou pelo Faial onde permaneceu durante o inverno de 1804.

A neutralidade portuguesa face ao conflito, a localização geográfica da ilha, a meio do Atlântico, as condições naturais da baía da Horta e a perspetiva de novos negócios, sobretudo a partir do vinho produzido na ilha do Pico, terão levado John Bass Dabney a considerar a possibilidade de se instalar na Horta. Em (agosto) 1806, regressou ao Faial já com o título de primeiro Cônsul Geral dos Estados Unidos para os Açores.

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